terça-feira, 12 de outubro de 2010

Mario Vargas Llosa


O peruano Mario Vargas Llosa é o vencedor do Nobel da Literatura deste ano. O porta-voz da Academia Sueca destacou a obra de Vargas Llosa "pela sua cartografia das estruturas do poder e as suas imagens mordazes da resistência, rebelião e derrota do indivíduo".

É a primeira vez que o prémio é atribuído a um escritor peruano. Em 2009, foi vencedora a alemã Herta Müller. Nos anos anteriores, foram distinguidos o francês Jean-Marie Gustave Le Clézio (2008), a inglesa Doris Lessing (2007), o turco Orhan Pamuk (2006) e o britânico Harold Pinter (2005). O valor do prémio é de cerca de 1 milhão de euros.

Este ano, a Academia optou por um nome conhecido do grande público, ao contrário do que várias vezes aconteceu - por exemplo, no ano passado, com Herta Müller. Ainda assim, Vargas Llosa não era um dos principais suspeitos - entre os nomes mais falados para o prémio encontravam-se por exemplo Cormac McCarthy, Tomas Tranströmer e Alice Munro. Uma vitória de Transtörmer entregaria o prémio a um poeta pela primeira vez desde 1996, ano em que venceu a polaca Wislawa Szymborska. O último autor de língua espanhola a receber o Nobel tinha sido o mexicano Octavio Paz, em 1990.

Vargas Llosa, nascido no Peru em 1936, tem nacionalidade espanhola desde 1993. Além de romancista, é jornalista e crítico de arte. O seu trabalho mereceu já os prémios Principe de Asturias (1986), Planeta (1993) e Cervantes (1994). Foi candidato às eleições presidenciais de 1990, no Peru, tendo perdido para Alberto Fujimori. O escritor é também protagonista de uma polémica pessoal com o escritor Gabriel García Márquez, com quem rompeu relações há mais de 30 anos por motivos que nenhum dos dois revelou.

Vargas Llosa é autor de obras como A tia Júlia e o escrevedor, Conversa na catedral, A guerra do fim do mundo, Elogio da madrasta e o livro de memórias Como peixe na água. Para Novembro de 2010 a sua editora, a Alfaguara, prevê a publicação de um novo romance - El Sueño del Celta, uma história em torno da vida do irlandês Roger Casement, cônsul britânico no Congo Belga do início do século XX e amigo de Joseph Conrad.

Opinião de Nelson de Matos, editor de Vargas Llosa

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